quarta-feira, 14 de março de 2012

Chorar ás vezes faz bem



Novela não poder ser vista apenas como uma forma de entretenimento. A telenovela possui uma função social muito importante, por isso, assim como o teatro é uma forma de se fazer arte. Ao contrário do que declarou Aguinaldo Silva em entrevista ao programa Roda Viva. Mesmo sendo exibida dentro de um meio de comunicação de massa, as novelas é um produto para ser levar á serio e tem o diferencial; a grande repercussão que causa, algum que nem todas as peças de teatro conseguem.

Porém, assim como ocorre no cinema, nas novelas há histórias com objetivos distintos. Por exemplo, logo nas primeiras chamadas da próxima novela as nove, Avenida Brasil, podemos verificar uma qualidade interessante não só nas imagens, mas também história. A trama parece ser uma novela mais densa e forte. Bem diferente de Fina Estampa, essa assim um folhetim totalmente descompromissado, cuja função é apenas entreter para atrair uma boa parcela de telespectadores. Neste quesito, a trama de Aguinaldo Silva se saiu muito bem.

Outro exemplo é a recém terminada A Vida da Gente. A trama de Lícia Manzo foi totalmente diferenciada, mesmo usado de recursos já utilizados em outras novelas. Não foi um estouro em audiência, mas se saiu muito bem perante a crítica. Mas vocês devem pensar: “Se sair bem cm a crítica sem o apoio popular, pra quê?”. Na verdade não é bem assim. Vou dizer uma coisa pessoal, quando escrevo uma peça para o MOVA Teatro, penso em agradar a três lados: o meu, o do público, e da crítica. Sendo eu fã de histórias mais fortes que causam espanto e reflexão coloca, para agradar ao espectador doses bem acida de comédias a La Chaves e Todo Mundo Odeia o Cris, ambas séries de humor inteligente e extremamente popular.

Também me inspiro muito na força de Sílvio de Abreu em surpreender, também gosto da dinâmica das tramas mexicanas repleta de reviravoltas mirabolantes. Para agradar a crítica sempre imagino conflitos familiares com soluções trágicas em sua maioria. Por quê? A meu ver a crítica adora chorar por casos sem boas e bonitas soluções. Como atriz, fazer comédia é bom e para mim que na vida pessoal já sou mais cômica não é tão difícil, me realizo no drama, apesar de ser grande a dificuldade.. A vida não é bela, e tem certas coisas que a gente precisa falar mais sério, pois a preocupação em rir é tamanha que o verdadeiro sentido da piada deixa de existir. Vou relatar dois momentos um no teatro e outro na novela.

Apresentei ano passado uma peça chamada Seja Bem Vinda. Uma peça que misturou drama e comédia, escrita pelo ator e diretor Nill de Pádua homenageava tramas ao estilo de Tieta. Interpretei uma personagem chamada Tereza uma prostituta um pouco cômica, e um pouco trágica. Ela era vítima de uma paixão não correspondida. No fim o rapaz acabou se matando na frente em uma cena bem dramática. Porém, boa parte do espetáculo foi conduzida para a comédia... Sendo assim, o suicídio e toda a parte dramática de Tereza foi ignorada.

O mesmo poso dizer de Fina Estampa. Baltazar (Alexandre Nero) era um marido que batia na esposa e hoje praticamente vive uma linda história de amor com o Crô (Marcelo Serrado). O fato de ele ser um homem violento foi tapado pela comédia, provavelmente ao pedido do público como consta em uma das primeiras pesquisas de aceitação popular da novela, colocou o “Zoiudo” como um dos seus personagens favoritos.

A história deles funciona devido ao grande talento dos atores, mas ignorar uma característica importante na trajetória de Baltazar tirando algum que daria seriedade a história é ruim. Drama e comédia precisam andar juntos, ainda mais em uma novela das nove. E isso faz bem para todos os lados, os de quem escrevem, aos que assistem e aos que criticam.


quarta-feira, 7 de março de 2012

Crônicas sobre o tal machismo feminino



Estamos em março, o Big Brother está no ar, um monte de novela da Globo está encerrando sua história, o Pânico foi para a Bandeirantes, o SBT brilha com a reprise de Maria do Bairro, Rede TV contrata o polêmico e bom comediante Rafinha Bastos, a Record vive boa fase com a minissérie Rei Davi. Em três meses muita coisa aconteceu em 2012. E amanhã já o dia internacional das mulheres...E um programa TV lançou uma discussão sobre um tal de machismo feminino. Será que isso existe? Vamos ao principio de tudo.

Sobre o BBB

Foi anunciado no evento do lançamento da nova programação da Globo que o reality continua. Não surpreende, pois mesmo com a polêmica do suposto estupro o Big Brother tem fôlego para mais duas, ou três edições.

O programa é bom, as pessoas se envolvem, comentam e torcem. Sem contar que mesmo a seleção não sendo honesta, podemos enxergar nos participantes traços de pessoas intimas em nossas vidas. Para a Globo é vantagem manter um programa barato em termos de custos e alto em termos de faturamento.

Sobre a atual edição ela começou favorável a um determinado grupo, a Selva. Pessoas que vieram para jogar. Eles manipulavam os mais fracos, e achavam que estavam certos. O primeiro líder da tropa a cair foi Ronaldo. Mesmo assim a sorte não os largava. O carismático João Mauricio integrante do grupo Praia, grupo qual não joga pesado como a Selva ao ir para o paredão contra o amigo Jonas, acabou sacrificado.

O jogo virou após erro na prova que deu a liderança a Yuri. Neste caso, concertando, ou não, não faria diferença. Mas a direção quis apimentar o jogo. A liderança foi para Praia, e a história passou a ser outra. O honesto Fael colocou a cobra Laisa para o paredão.

Laisa, moça bonita e de gênio difícil foi vista como a grande vilã do programa. Alguns blogueiros, como o jornalista Mauricio Stcyer até falaram que a gaúcha faria falta ao reality. Sinceramente, não. O público gosta de intriga, agito, e principalmente; conflito de personalidades. Laisa não agitava em nada, só Yuri, mesmo jogando sujo é um cara carismático e desde sua saída tem mostrado ainda mais esse carisma.

A jovem foi uma participante estranha, vazia e fria. Quem gosta de um vilão assim? Ninguém. Por isso, não fez falta ao sair do programa. Ela não era responsável pelas maiores intrigas, mas sim o namorado, e principalmente Rafa. Esse sim, um grande vilão. No começo carismático, mas no fim derrapou na própria arrogância. Mas ao que parece, a jovem é protegida, por isso até do BBB espanhol vai participar..

Sobre a edição de ontem


Pobre Kelly.. Foi ridicularizada pela produção caprichada que a chamou na cara dura de planta. Mas não é mesmo? Boazinha demais, isso irrita. Se nas novelas não agüentamos heroínas boas e frágeis, não vamos agüentar na vida real. E outros exs- BBB foram mencionados como plantas que sempre acabam surgindo na atração.

Pior que ela, só a Janaina da edição passada, nitidamente forçada. Mas a moça tem torcida, pois mesmo planta há gente pior que ela. Uma delas foi eliminada ontem. Renata, a promíscua da casa não mostrou nada de bom. A não ser beleza. Realmente linda, mas assim como Laisa é vazia. E pior não tem carisma, e nem personalidade.

Leila Diniz entra no BBB

O lance de Renatachinhaaaaaa era ficar, beijar, ficar e quem sabe transar. Mas não foi por isso, a sua eliminação. Ano passado uma promíscua ganhou. Correu atrás de um homem por correr, pois estava carente, porém acabou nos braços de outro. Seu objetivo não era ganhar o prêmio, mas sim ficar famosa e crescer como atriz.

Maria ganhou sem merecimento, mas o carisma a beneficiava, algum que faltou e muito em Renatchinhaaaaaaa. Comparar Renata com Leila Diniz, uma mulher inteligente de personalidade e histórica na nossa sociedade é ridículo. A mulher gostar de ficar com quatro, cinco, seis homens é problema dela. O corpo é dela, as vontades também. Homens fazem isso sempre. O problema é esse; falta de atitude, consistência, objetivo na vida.

A garota, assim como a maioria das participantes do Big Brother usam o programa como forma de vender a sua imagem para no futuro saírem nuas em revistas masculinas. Por isso, Maria não mereceu ganhar, não era natural ser do jeito que era, pois o que queria era fama apenas. O mesmo Renata, o mesmo Monique, essa sim, mesmo jogando errado é espontânea, carismática, sofre com problemas comuns as mulheres ao se achar gorda, porém sonha com a fama apenas, gerando nela as crises que vemos no programa, se desespera por estar acima do peso ( que não é verdade) e não ser convidada para pousar nua. Pode não merecer ganhar, mas fará falta ao programa coisa que a poderosa Laisa nunca fez. Já Leila Diniz fez parte de uma geração onde as mulheres eram piores tratadas do que hoje. Fez o que fez em nome desta liberdade feminina conquistada mesmo que não plena nos dias de hoje, e não para ter seus 15 minutos de fama, algum que é conseqüência na vida de quem merece realmente o estrelato.

A filosofia de Bial

O Big Brother realmente nos serve para discutir a posição da mulher e Pedro Bial sempre protegeu as mais devassas. Ele gostava da Natalia, amava a Priscila, defendia a Fani, e assim vai.. O certo é defender o caráter e a personalidade. Ainda mais em um programa como esse. A conduta em nada temos haver. Não vou julgar uma pessoa por gostar de sexo casual. Sendo que ela trabalha, paga as suas contas, não rouba, não mata, enfim é uma boa pessoa. Só gosta de sexo sem compromisso.

A luxúria é considerada um dos sete pecados capitais. Pode até ser, pois transar por transar só faz mal a uma pessoa: a si próprio. Mas isso faz parte da individualidade de cada um. Defender a individualidade é uma coisa, agora usar isso como escada em um programa de TV é outra. Nenhuma das devassas do Big Brother mereceu tamanha atenção de Pedro Bial. Os discursos dele chamando nós mulheres de machistas não procede. A pessoa promíscua, mas com caráter sempre ganha pontos.

Finalizando...

Além de Leila Diniz, outra mulher poderosa, talentosa que sempre teve brilho e personalidade é Madonna, talvez a única grande figura do nosso feminismo ainda viva. A intocável rainha do pop está de volta com novo trabalho. Mas o seu grande feito foi provocar uma revolução com atitude, sensualidade e com um atrevimento raro em sua época na auto-estima feminina. Então Bial, são esses tipos de mulheres que mesmo safafindinhaaaa merecem a sua defesa eterna.

Até a próxima semana!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Afinal o que há com a sociedade? – Parte2: Sobre atores


Finalmente a segunda parte da série sobre o questionamento do MOVA Blog com relação às transformações da nossa sociedade. Essa semana vamos abordar mais profundamente as mudança nos atores. Observando as novelas de antigamente no Canal Viva e no Vale a Pena Ver de Novo na Globo, onde finalmente se reprisa uma clássica e antiga trama ( tudo bem, nem tão antiga assim, pois essa versão da Mulheres de Areia não completou se quer vinte anos). A qualidade técnica é bem inferior. Tudo é mais precário, mesmo se tratando da Globo.

O visual dos atores e principalmente das atrizes é de arrepiar. Se salva poucos.. Algumas coisas soam como toscas, por exemplo, na novela Top Model, o personagem de Alexandre Frota (sim, o Frota) usa uma lente de contato azul muito estranha. Então qual é a diferença entre o que vemos de novo e revemos de velho? Na telinha sempre teve de tudo em relação a atores. Dos bons, aos ruins, aos que entram pelo talento, aos que entram pela beleza, carisma, ou até mesmo por razões escusas. Mas tudo era visto de forma diferente, tudo era permitido, pois vivíamos em uma época de descoberta, época essa que coincidiu com o fim da ditadura no Brasil.

Os atores mais fracos não comprometiam a obra, eram poucos, eram ídolos de uma geração que hoje vive da saudade. O próprio Alexandre nunca foi um grande ator, porém foi um símbolo daquela geração. E possuía certa garra no que fazia, até por que o texto dos autores da época era excelente.

Isso, talvez essa seja a reposta. Havia mais garra, vontade e determinação. Os atores bons eram muitos. Impressiona ver Cláudia Abreu, com menos de 20 anos tão bem como em Barriga de Aluguel. Ela é um exemplo de artista, cujo único defeito é participar atualmente tão pouco das novelas. Denise Fraga, sempre cômica, novinha, fazendo cenas mais dramáticas na mesma Barriga de Aluguel. Também é bacana ver um jovem Taumaturgo Ferreira fazendo um galã revoltado como Lucas em Top Model. Sem contar na grandeza de Nuno Leal Maia, interpretando tipos clássicos como o Gaspar de Top Model. O ator era ícone, de Mandala até História de Amor em 1995 esteve com presença garantida nas novelas com bons e marcantes personagens.

Malu Mader, Lígia Brondi, até Susana Vieira. Sim, pois antes interpretava personagens com perfis diferenciados. Dá gosto ver sua interpretação contida em Mulheres de Areia como a elegante Clarisse. Sebastião Vasconcelos é outro que arrasa na pele do honesto Floriano. Viviane Pasmanter brilha com apenas vinte e um anos, na época, na pele da rebelde Malu. Humberto Martins evolui muito com o tempo, mas é inegável sua beleza e carisma na pele de papeis rústicos como o Alaor de Mulheres de Areia e João de Barriga de Aluguel.

Já em Roque Santeiro é um festival de gente que realmente se jogava em nome do personagem. Gente, essa que não tem mais espaço na mídia pela idade, ou já morreram. Lima Duarte, Regina Duarte e o próprio José Wilker são exceções.
Sobre os atores, os veteranos continuam ótimos. Mesmo derrapando com a imagem como tem feito Susana Viera. Os da geração de Cláudia Abreu e Malu Mader também há grandes atores, como Fábio Assunção, Marcelo Serrado, Gabriel Braga Nunes, Felipe Camargo, Cássio Gabus Mendes, Patrícia Pillar, Cláudia Raia, Andrea Beltrão, Suzy Rêgo, Letícia Sabatella, Marcos Palmeira e Isabela Garcia. E tem a sempre ótima Glória Pires, criada no universo da telinha. Aos 29 anos arrasa em 1993 em Mulheres de Areia em uma tarefa não tão grata. Interpretar gêmeas idênticas de personalidade oposta.

Quantas atrizes na idade de Glória na época de Mulheres de Areia atuam tão bem, porém possuindo postura de artista e não de celebridade com ataques de estrelismo, ensaios nas mais diversas revistas masculinas, envolvimentos com fofoquinhas, entre outras coisas? Conta-se de dedo. As que ainda não caíram na armadilha (da fama), daqui um tempo surpreendem e caem.

Tem muito talento ainda na TV com menos de 30 anos que representa os atores do futuro. Alinne Moraes, Marjore Estiano, Fernanda Vasconcelos, Rafael Cardoso, Mariana Rios, Natalia Dill, Andrea Horta, Marcos Pigossi, Sofie Chalotte, Mayana Neiva, Paola Oliveira, Leandra Leal e as ainda mais jovens Bruna Marquezine, Isabelle Drummond e Marina Ruy Barbosa, entre outros são os talentos da nova geração. Mesmo assim o mundo é outro, muita coisa mudou..

Conversando com uma colega na academia em que freqüento concordo quando ela diz que tudo atualmente está doido. Antigamente as coisas eram difíceis, hoje são piores mesmo com a modernidade. A pessoa que almeja seguir a carreira de ator, estudando, se preparando, periga ser ultrapassado por uma ex- bbb.

Os ruins na telinha, como já dito, sempre existiram. Mas hoje tem demais. Não só ruins, mas gente que até tem potencial, mas não possui preparo como a própria Claudia Raia, atriz multifacetada já declarou. Há muitos modelos virando atores. Sempre teve, mas hoje tem demais. Ex Big Brother virando atriz, para atrair audiência devido ao sucesso do programa perante o público. Certo isso? Não, quando generaliza. Mas a esperança de mudanças é a última que morre, mesmo sendo a primeira que mata.

Até a próxima semana!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Afinal o que há com a sociedade? - Parte 1

A sociedade vive em constante mudança, e isso afeta as mais diversas áreas e modalidades. Na cultura vivemos esta transformação de forma forte e constante. Na música muitos reclamam, e com razão de que os artistas já não são mais como antigamente. Apoiados a boa tecnologia, qualquer rapper pode se dizer produtor, alias até o mano da esquina nos dias de hoje pode produzir um disco.

Ouvindo por ouvir, a evolução técnica da música pop estrangeira é grande e considerável. Se nos ouvirmos as músicas do Black Eyed Peas, só pelo ritmo, sem preocupação com letra e afinação dos artistas, podemos dizer que o som deles é incrível. Tecnicamente é muito bom, mas ao traduzir a música chegamos há uma triste constatação: a capa é bela, mas o conteúdo..

Artistas dominados pelo marketing da indústria sempre vão existir. Desde os tempos dos Beatles e Elvis. A diferença é que estes artistas possuíam um dom natural, eram realmente talentosos, e isso ficou comprovado ao longo de suas carreiras quando não precisavam mais de empresários sedentos de lucro, pois já não era a “novidade” da temporada. Até os artistas mais verdadeiros, de personalidade, possui alguém por trás que de certa forma manipula a jogada do seu astro. Mas a vontade e a verdade do artista verdadeiro sempre prevalece.

Hoje quando uma artista de verdade como Adele surge causa certo espanto. Afinal estamos em período muito ruim para arte. Até então, Amy Winehouse e Lady Gaga eram, em termos de cantoras as maiores novidade da década. Ambas fogem totalmente dos padrões impostos pelo atual momento musical. Amy, infelizmente já foi e Gaga vive sendo questionada pelos que a odeiam. Muitos questionam sua forma, pop, mas nada convencional de fazer musica. Já Adele é quase unânime.

Na televisão, as mudanças também estão crescentes. Na música o moralismo não é tão cobrado, mas o espanto com alguém de muito talento quando surge ocorre (no caso citado acima). Mas acontece que na telinha está ocorrendo um grave conservadorismo. Tudo na internet gera comentários, se é sobre uma determinada situação de uma trama das 9 na Rede Globo, há comentários do gêneros: “ Essas novelas só servem para acabar com a família brasileira exibindo cenas de sexo para os nossos filhos verem”, ou “ A família brasileira não pode ficar imune a tanta baixaria”. Família brasileira, valores, moralidade.....

O brasileiro aceita colocar no topo um cantor cuja letra é extremamente pegajosa e vulgar, para os “padrões” da sociedade brasileira (Michel Telô, e a inconfundível Ai, Se, Te Pego), aceita bajular uma cantora internacional que vende a vulgaridade feminina disfarçada de feminista (Beyoncé, uma das cantoras internacionais mais populares do Brasil). Aceita tudo na música, quer dizer quase tudo, pois a prisão de Rita Lee gerou grandes críticas a uma das maiores artistas brasileiras.

A novela das nove, hoje, mas parece novela das sete, devido a uma escolha do autor (independente o suficiente para fazer isso) e também da ascensão da famosa classe C. O público, na televisão, não quer morte, não quer cenas fortes, não quer ver cenas de sexo, mesmo muito bem contextualizada. Uma piada, mesmo que de mau gosto feita pelo humorista Rafinha Bastos, o tirou do CQC, de A Liga, e da Band.

Recentemente o seu DVD, onde no show foi acusado de fazer piadas contra deficientes teve a proibição da sua venda. E o público nos comentários aplaudiu a decisão originada pelo protesto da APAE. Isso é, ou não é censura? Na música tudo pode, e ninguém fala nada. Até fala, mas não ocorrem grandes mudanças.

Rita Lee sofreu críticas por falar demais, por ter tido uma atitude, mesmo que não totalmente certa, mas de muito espírito de uma cantora que sempre disse o que pensa, sempre teve muita atitude e personalidade. O público tem o direito de protestar, mas se não gosta, não compra, não consuma, não faça proibir.

O humor, não deve ser politicamente correto. Ele ri do que é ruim, mas de forma que aparece bom. È complicado? Sim, porém, mesmo na doença tudo tem a sua graça. E todos riem. Escondido, mas riem sim, da “desgraça”, alheia principalmente. Mas não é melhor rir do que chorar? Se eu estou rindo de uma piada sobre negros, por exemplo, não quer dizer que eu seja racista.

A sociedade vive em contradição, não faz sentido tanto discurso e moralismo. Nem nos tempos da ditadura era assim. O assunto é tão complexo que na próxima semana discutiremos mais. Vamos abordar a importância sobre coisas que não há importância, como a Luiza que veio do Canadá (não podia perder a piada kkkkk) e a influência do facebook, entre outras redes sociais nisso tudo.

Até a próxima semana!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Aviso!

Quando ocorrer de não haver nenhum comentário no artigo publico pelo MOVA, o blog não publicará texto novo dando uma segunda chance ao velho de receber algum tipo de menção. Sendo assim, essa é uma oportunidade para quem ainda não leu o texto publicado no dia 26/1 sobre a grande influencia exercida pelas novelas mexicanas.

Além disso, há outros textos do começo do MOVA sem comentários, portanto essa também é uma oportunidade de conhecer o que já foi escrito, assim entende o estilo do MOVA Blog. Aceito comentários tanto sobres os textos atuais, quanto os mais antigos.

Na próxima semana no fim do artigo, alguns comentários serão mencionados com o devido crédito de quem publicou =)

Lembrando: o MOVA Blog publica ás quartas (exceto nos feriados que caírem neste dia, portanto o texto é publico no dia seguinte). São artigos críticos que expõem a opinião de forma jornalística da autora formada na área em 2010. O MOVA não tem compromisso com o factual, mas tem o compromisso de escrever sobre questões pertinentes na atualidade. O blog foca a cultura, mas foco principalmente o universo televisivo. A intenção é trazer reflexão nos temas discutidos.

Espero ver este blog recheado de bons comentários.

Até a próxima semana com novo artigo!

OBS: Se continuar sem comentários, da mesma forma publicarei um texto novo. Afinal estamos falando de segunda chance, não da terceira, quarta, quinta..

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O poder das novelas mexicanas


Quarta feira, feriado, portanto um aviso. Quando houver feriado na quarta, o blog sempre será atualizado no dia seguinte, ou seja, na quinta. Vamos ao assunto de hoje.

O sucesso da “vigésima” reprise de Marimar coloca novamente as novelas mexicanas em um patamar elevado no Brasil. De certa a forma a teledramaturgia brasileira sempre foi influenciada pela latina. Os dramalhões da cubana Glória Magdan no início da década 1960 que o digam... Várias tramas mexicanas já foram adaptadas pelas emissoras brasileiras. Durante um tempo o SBT alcançou êxito quando no começo da década passada fez parceria com a Televisa (A Rede Globo do México) adaptando textos deles para o nacional. Uma dessas adaptações, Pícara Sonhadora, sucesso em 2001 está sendo reprisada no SBT atualmente.

A Record seguiu pelo mesmo caminho. Adaptou A Feia Mais Bela (adaptação mexicana da novela colombiana Beth a Feia que no Brasil virou, Bela, a Feia) e agora no ar a versão nacional da novelinha teen Rebelde (sem o s da versão original). Na realidade essas novas versões modificam um pouco a história original, tentando transportá-las para a nossa realidade, porém mantendo a essência dramática. Essência essa que as novelas mexicanas pouco mudaram ao longo dos anos.
Ao contrário do que acontece com as novelas brasileiras, pois de décadas em décadas há algumas transformações no gênero.

A relação do Brasil com os famosos dramalhões se consolidou graças ao Sílvio Santos que desde o começo do SBT sempre investiu nestas tramas. Mesmo quando na metade da década de 1990 a emissora do dono do baú iniciou uma bela investida em tramas nacionais como "Éramos Seis" e "As Pupilas do Senhor Reitor”. Porém, as tramas mexicanas continuavam a bater cartão na grade da programação do canal

Muita gente detesta novelas mexicanas afirmando o quanto são dramáticas, fugindo da nossa realidade. Mas temos que entender que o drama de suas produções faz parte da cultura deles em fazer teledramaturgia. É importante conhecer outros tipos de folhetins produzidos em outros países (porém, sem deixar de produzir os nossos) .

Existem sem dúvida boas tramas mexicanas, mesmo com todo dramalhão. Novelas que tiveram sucesso em audiência elevando a carreira de alguns astros latinos no Brasil, assim diga Thalia estrela de três grandes sucessos mexicanos, a famosa triologia das Marias.

Abaixo algumas características e receitas para o sucesso da tramas dramáticas.

A estrutura básica
- O gosto de ressaltar as relações familiares, colocando em evidência conflitos entre pais e filhos. Em geral todas as tramas mexicanas têm o famoso segredo do passado onde o mocinho ou a mocinha descobrem que foram adotados, abandonados na porta de algum orfanato, que seu verdadeiro pai ou mãe é o ser que mais detestou e teve problemas durante boa parte do folhetim

Os vilões
- Os vilões mexicanos, ou melhor, as vilãs (essas sim bem interessantes..) são exageradas, ambiciosas e totalmente alucinadas, um verdadeiro fascínio. Sendo que algumas delas como a Soraia da "Maria do Bairro”, vencem de algumas recentes vilãs fajutas de tramas nacionais. Todas as antagonistas mexicanas a princípio são forçadas a se casarem com o mocinho para salvar a situação financeira da família dela. Elas até sente atração pelo futuro marido, mas prefere sua coleção de amantes. Porém, quando a mocinha cruza o seu caminho a vilã usa de artifícios, como a gravidez (geralmente falsa) para segurar o noivo.

Também tem as mães vilãs as quais não aceitam seus filhos se envolvendo com moças de origem humilde. Essa é outra característica das tramas mexicanas, as diferenças sociais, onde os pobres são vistos como pessoas em sua maioria batalhadora e os ricos repleto de defeitos

As mocinhas
- O México produz novelas onde a mulher é vista como o sexo forte encabeçado pela mocinha que começa ingênua, pobre e feinha. Mas termina rica, bonita e bem sucedida. Mas antes sofre horrores, como prisão injusta por exemplo. As mulheres desses folhetins são as mais inteligentes, dona da razão e com uma torcida puxa-saco para não botar defeito , é só lembrar da "A Usurpadora " para ver que a Paulina era a única capaz da salvar a fábrica Bracho da ruína, sendo ela comandada por homens .Sem contar que o lado maternal delas é muito forte digno de muitos sacrifícios .

Os galãs
- Já os mocinhos são repletos de fraquezas. No começo são mulherengos e irresponsáveis. Com o tempo ficam a se rastejar pelo amor da mocinha se arrependendo de seus erros passados. Os homens mexicanos nas novelas nunca têm a razão, pelo menos de acordo com o que acontece no folhetim
Outros detalhes...

- A fé em Nossa Senhora da Guadalupe utilizada pelos personagens do bem e o exagero nos figurinos, maquiagens e situações que geram um exagero de grito e choro. Além disso, há algumas cenas mal feitas com continuidade pior ainda (e ainda criticam os erros de continuidade das nossas tramas..). O último capitulo sempre é previsível sem nenhuma grande surpresa.

Os dubladores
- Parte do sucesso de qualquer produção estrangeira veiculada nas emissoras do Brasil são os dubladores que interpretam com qualidade e talento inquestionável. Às vezes nós até pensamos que eles são os atores das novelas de fato. Quando ouvimos a voz original sentimos bem a diferença. Por falar nisso, mas mudando de assunto, essa receita também é válida para o Chaves. Quando o Kiko, por exemplo, é dublado por outra pessoa estranhamos muito. Há uma identificação grande com quem faz a voz do personagem especifico. Por isso, é bacana que o na abertura do seriado, os dubladores estejam sendo creditados.


Mesmo com os defeitos, as novelas mexicanas têm o seu valor e merecem certo respeito principalmente pelo poder que exercem. Por isso, mesmo que passada em várias ocasiões, Marimar é garantia de sucesso e boa audiência. Maria do Bairro irá voltar em seguida. Teremos de volta os bons gritos de Soraia, a maior vilã de todos os tempos da tramas mexicanas. E logo (querem apostar quanto?), A Usurpadora voltará para a grade. Só para efeito de comparação, A Usurpadora e Mulheres de Areia, em reprise no Vale a Pena Ver de Novo tem muitas semelhanças, não só pelo fato de contarem histórias de gêmeas, uma boa, muito boa, outra má, muito má. Mas sim pelo fato das gêmeas más Raquel (Glória Pires em Mulheres de Areia) e Paola (Gabriela Spanic em A Usurpadora) serem estilosas, traírem o marido bobão, adorarem a cor vermelha, dirigem em alta velocidade e morrem no final em um acidente de carro! Muita semelhança que nos faz pensar (e essa sobre as vilãs não são as únicas): Alguém se inspirou em alguém. Como Mulheres de Areia é de 1973 (a primeira versão), então podemos supor que a autora de A Usurpadora inspiro-se na trama de Ivani Ribeiro. Afinal não TV não existe coincidências..

Até a próxima semana!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O presente de grego do BBB


Ele existe desde 2002, ou seja, há dez anos. Mobiliza o público a acompanhar a vida de um grupo de pessoas “anônimas” em busca de um prêmio em dinheiro. Testa o comportamento de cada um, os seus limites e crenças. Podemos fazer uma bela análise humana, além de nos ver refletidos na personalidade de cada um. Olhando por esta ótica o Big Brother Brasil é um reality interessante.

Mas as questões comercias impedem o BBB de priorizar apenas as relações humanas dentro do programa. Há dez anos no ar vimos poucos participantes de perfis diferenciados no decorrer da atração. O fortão, a mulher sensual, a ninfeta inocente, o pobre, o cowboy, o galã, a barraqueira, por vezes alguns idosos, gente “esquisita” (como a Analice, a recém eliminada). Não há muita variação. Porém, a edição é tão caprichada, a dinâmica do jogo é tão interessante que mesmo sendo pessoas de perfis idênticos de um BBB para outro o comportamento sempre muda, por isso essa é uma das razões para muitos ainda assistirem.

Os que odeiam alegam que o programa é fútil, só mostra gente vulgar e sem conteúdo. Em partes é verdade, há muita gente ruim na maioria das edições, principalmente as mulheres. Para elas o mais importante é se exibir ao máximo para conseguirem pousar como veio ao mundo em alguma revista masculina (de preferência para a Playboy) até mesmo para chamar a atenção de algum diretor, ou produtor para que seus quinze minutos de fama se estenda como ocorreu com outras exs-bbbs.

Durante o programa torcer por algum participante querendo assim a sua vitória na atração é normal, mas parte dos telespectadores brasileiros quando o reality termina começa a querer ver seus ''queridinhos'' ,desfilando,fotografando,cantando, atuando ou apresentando qualquer tipo de programa televisivo. Eles acabam se tornando mais ídolos do que os próprios e verdadeiros artistas, por isso parte do meio artístico não suporta ex-BBB e com razão

A idéia do Big Brother é muito interessante. Colocar pessoas diferentes em personalidade e aspecto físico dentro de uma casa confortável repleta de certas regalias em busca do prêmio de um milhão e meio de reais. Mas este programa, fonte de entretenimento para muitos brasileiros, infelizmente tem em sua verdadeira intenção promover corpos sarados e mentes vazias.

Porém, no meu caso, acabo assistindo a atração porque mesmo a maioria dos participantes sendo ruins, salvando-se poucos, ainda sim é um bom laboratório do comportamento humano. Mas seria muito legal ver seres realmente necessitados de dinheiro neste reality, homens e mulheres que tenham preocupações mais sérias do que simplesmente a fama, sendo que a audiência poderia corresponder melhor do que atualmente, mesmo parte do brasileiro tendo certo apreço pela má qualidade e baixaria. Precisamos também ver que o BBB é apenas um programa de televisão e não uma agência de futuros "artistas”, namoradinhos do Brasil e símbolo sexual. Mas do jeito que as coisas vão indo tudo isso ainda está bem longe de acontecer.

Realmente o comportamento de muitos participantes decepcionam e declinam e imagem do programa perante parte do público. Exemplo disso é a manifestação em prol ao suposto estupro ocorrido na primeira festa do BBB12. O participante (agora ex participante) Daniel foi acusado pelo público que viu no pay per view e na internet, ele fazendo caricias sensuais na participante Monique enquanto ela supostamente estava dormindo. A manifestação para o rapaz ser expulso foi grande. Artistas como Débora Seco e Preta Gil pediram a eliminação do rapaz. Nas redes sociais não se falava em outra coisa.

No último domingo Monique foi chamada ao confessionário. Ela negou qualquer tipo de abuso, mas ficou bastante confusa com a conversa e ainda tentou esclarecer a situação com Daniel. Boninho chegou a declarar que não iria expulsar o moço, pois o mesmo estaria sendo vítima de racismo.

Acontece que na edição de domingo a situação envolvendo o casal foi tratada como se fosse apenas um caso de amor. Isso gerou ainda mais revolta. Pressionada a Globo teve que expulsar Daniel. Na hora de falar sobre isso na segunda (16), Bial não deu maiores explicações. Mais revolta, pois na terça (17) o apresentador explicou mais, ou menos a causa da eliminação do rapaz.

Isso prova como o Big Brother mexe e mobiliza o público, mesmo a audiência não sendo tão alta como antes. Por ser um programa de comportamento, todos acabam se atraindo por este tipo de observação humana. Qualquer coisa gera discussões.

Monique não é nenhum exemplo de mulher. È uma jovem de 23 anos que foi intitulada pela própria direção do programa como Maria Chuteira. Possui um comportamento não muito adequado, assim como a maioria das mulheres participantes desta atração. A produção também erra ao estimular em busca de conflitos o excesso de álcool nas festas. Ambos, Daniel e a moça beberam demais. E quando se bebe demais besteiras podem ocorrer. A Globo entendeu desta forma, mas o público conservador como anda ultimamente não entendeu assim e condenaram o rapaz. E não adianta falar que foi por racismo, pois não foi. Piorou quando a polícia entrou na história indo até o Projac investigar o caso.

Se realmente houve esse ato, é melhor Daniel mudar até de país. Um dos crimes menos perdoáveis no mundo é o estupro, mesmo que de uma bêbada periguete. Não interessa, se ela não estava consciente e ele sim, e o rapaz decidiu fazer o que fez, merece ser processado e condenando.

Mas na realidade não tem como saber o que aconteceu. No fim a Globo fez bem em eliminar Daniel, pois no primeiro paredão que fosse seria massacrado pelo público em termos de votos. E talvez a imagem do programa estivesse mais arranhada do que já está. Porém, a eliminação dele prova o quanto estamos chatos, moralistas e intolerantes ao julgar os fatos. Pena que é assim só com os brothers e não com os políticos.

E sobram piadas sobre o fato no facebook kkkkkkkkk

Até a próxima semana!