quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Isso, isso, isso, isso



Todas essas imagens expressam a grandeza que o fenômeno Chaves é no Brasil. Original do México o seriado que surgiu na década de 1970 no país não deve ser tão amado e culturalmente influenciado como ocorre em terras brasileiras.

Chaves é exibido no Brasil desde 1984 quando era apenas mais um seriado dentro do programa do Bozo. Cresceu, evoluiu e junto com Chapolin foi conquistando cada vez mais espaço e público. Virou um curinga para o SBT em seus momentos de crise na programação: “È só colocar o Chaves que está tudo resolvido”, diz os fãs mais engraçadinhos.

O elenco do Chaves quando vem ao Brasil é recebido com festa. O exemplo disso foi a recente visita de Edgar Vivar, o Senhor Barriga . O comediante ficou extremamente emocionado com a boa receptividade dos brasileiros. Sua participação no programa do Ratinho rendeu bons índices para a atração.

Muitos possuem verdadeira adoração pela trajetória do comediante Ramón Valdez, o Seu Madruga. Ele morreu de câncer no pulmão em 1988 e junto como Kiko (o meu favorito) é o personagem mais querido do seriado. O jeito do personagem de Ramon encarar a vida e a falta de vontade de arranjar um emprego estimula jovens a usarem camisetas com suas celebres frases. Alias, Seu Madruga é um personagem, assim como todos do Chaves, mas principalmente ele a ser analisado sem a idéia de que o seriado é feito apenas para entreter, pois isso não é verdade.

Chaves nós passa ensinamentos profundos como os de valorizar uma boa amizade, cultivar bons sentimentos, entre outras façanhas. Faz-nos rir de coisas tolas e óbvias. A burrice de Chaves, Seu Madruga e Kiko é demasiadamente exagerada e nos faz rir demais. O absurdo contido em cada dialogo é a graça deste seriado. Afinal: “Prefiro morrer do que perder a vida, França é a capital de Paris e as crianças agem como verdadeiros poliglotas”.

Mudando de assunto: Parabéns Telenovela pelo seus 60 anos!

Hoje é dia extremamente especial, é claro que o MOVA não poderia deixar de lembrar os 60 anos da telenovela no Brasil. Ela começou devagar e hoje é para a televisão fundamental para o crescimento artístico e comercial da cada emissora. Dentro da minha formação e conhecimento como telespectadora, o MOVA acrescenta abaixo as novelas mais importantes destes 60 anos. A lista foi feita por Nilson Xavier, escritor e doutor em teledramaturgia. Estreou seu blog na UOL essa semana e hoje organizou esta listagem, porém não mencionou as novelas da década de 1990 em diante, por isso o MOVA vai finalizar o serviço!

Lista do Nilson

2-5499 Ocupado (Excelsior, 1963): primeira novela diária, já em videoteipe.

O Direito de Nascer (Tupi, 1965): apesar do texto importado, essa produção brasileira foi a primeira a causar comoção popular.

Redenção (Excelsior, 1966/1968): a mais longa novela brasileira: 596 capítulos, praticamente 2 anos no ar. Primeira cidade cenográfica construída especialmente para uma novela. Reproduzia a fictícia cidade de Redenção e foi construída em São Bernardo do Campo onde hoje funciona o Museu da TV, inaugurado recentemente.

Antônio Maria (Tupi, 1968/1969): o maior sucesso do autor-diretor Geraldo Vietri, foi uma das primeiras a se libertar do ranço dos melodramas importados.

Beto Rockfeller (Tupi, 1968/1969): primeira novela a abolir definitivamente a linguagem dos melodramas latinos e a incorporar a realidade brasileira, modelo que passou a ser seguido a partir de então por todas as emissoras.

Irmãos Coragem (Globo, 1970/1971): primeiro grande sucesso da Globo.

Selva de Pedra (Globo, 1972): famosa pelo registro dos 100% de audiência na cidade do Rio de Janeiro durante a exibição do capítulo 152, em 04/10/1972.

O Bem Amado (Globo, 1973): primeira novela brasileira em cores, sucesso de crítica e público.

Mulheres de Areia (Tupi, 1973/1974): de Ivani Ribeiro, seu maior sucesso popular.

Pecado Capital (Globo, 1975/1976): considerada pela crítica especializada a melhor novela de Janete Clair.

Escrava Isaura (Globo, 1976/1977): a mais famosa novela brasileira no exterior por ter sido uma das mais vendidas.

Dancin´ Days (Globo, 1978): o primeiro sucesso de Gilberto Braga no horário nobre. Ditou moda e espalhou discotecas pelo Brasil na época.

Guerra dos Sexos (Globo, 1983): criou um novo padrão para o horário das sete da Globo e foi uma das bases para a inovação do humor na TV brasileira na época.

Roque Santeiro (Globo, 1985/1986): um dos maiores êxitos da TV brasileira, sucesso de público, crítica e faturamento.

Vale Tudo (Globo, 1988): perfeita combinação entre folhetim e crítica social ao Brasil do final dos anos 80.

Que Rei Sou Eu? (Globo, 1989): microcosmo do Brasil retratado num fictício reino medieval.

Tieta (Globo, 1989/1990): sucesso arrebatador de Aguinaldo Silva.

Pantanal (Manchete, 1990): sucesso de Benedito Ruy Barbosa que quebrou a hegemonia da Globo.

Lista MOVA de 1990 até 2011

Barriga de Aluguel (Globo, 1990): a novela das seis mais longa da história. A primeira em colocar em pauta assuntos polêmicos relacionados a maternidade.

Vamp (Globo, 1991): não é a primeira novela a abordar o público jovem, Top Model e a A Gata Comeu são alguns exemplos, porém foi a mais querida perante o público e pioneira ao falar sobre vampiros.

Mulheres de Areia (Globo, 1993): primeiro remake Ivani Ribeiro de grande sucesso no país, inaugurando de vez a tendência que já existia , superando até o original de 1973 também bem sucedido, apagando o “fracasso” da nova versão de Selva de Pedra em 1986 de Janete Clair. Com isso novos e bons remekes surgiram com a também muito bem sucedida A Viagem (Globo, 1994) e O Profeta (2006/2007), mesmo a última sendo totalmente modificada no decorrer da história.

Éramos Seis (SBT, 1994): segunda novela após Pantanal a balançar a audiência da Rede Globo, mesmo não sendo da forma como a trama de Benedito Ruy Barbosa, Éramos Seis marcou uma época de ouro para a teledramaturgia da emissora de Silvio Santos.

A Próxima Vitima (Globo, 1995): primeira novela totalmente dedica ao folhetim policial. Silvio de Abreu inovou o “ Quem Matou”, se consagrando como um dos melhores autores de novelas do Brasil.

Explode Coração (Globo, 1995): primeira novela a ser gravada no famoso estúdio da Globo, o Projac, a fabrica das telenovelas. Foi pioneira ao mostrar dramas reais de mães com filhos desaparecidos, a discutir sobre a realidade da recém chegada internet, e de mostrar a vida de outra cultura, a cigana.

Laços de Família (Globo, 2000): novela pioneira em lançar campanha de doação de medula óssea devido à doença da personagem Camila.

Pícara Sonhadora (SBT, 2001): primeira novela adaptada do México para o Brasil inaugurando uma fase de adaptações de novelas mexicanas com textos brasileiros.

O Clone (Globo, 2001): misturou romance proibido com outra cultura, dessa vez a mulçumana, contou histórias de temas reais como o consumo de drogas. E ainda bateu recorde de audiência tanto na exibição original como em sua reprise este ano.

Senhora do Destino (Globo, 2004): além de ter imortalizado uma grande vilã, Nazaré Tedesco, Aguinaldo Silva com esta novela conseguiu ser a maior audiência da década.

Escrava Isaura (Record, 2004): a nova adaptação do livro de Bernardo Guimarães colocaria a Record em outro patamar na história da teledramaturgia.

Prova de Amor (Record, 2005): novela de grande sucesso que inaugurou a era de novelas com muitas cenas de ação e inovou ao decidir destinos de alguns personagens de forma interativa.

Vidas Opostas (Record, 2006/2007): sucesso de público e critica, foi pioneira em ter sua primeira heroína como moradora de uma favela. Retratou a violência dos morros, a polícia corrupta, ou seja, retratou o Rio de forma completamente oposta a outras novelas.

A Favorita (Globo, 2008): inovou ao não revelar quem era a vilã ou protagonista entre duas personagens: Flora ou Donatela. No fim era Flora, uma das maiores vilãs da história da teledramaturgia.

Cordel Encantado ( Globo, 2011): novela pioneira ao misturar literatura de cordel, conto de fadas, ação, sertão e romance.

Fina Estampa (Globo, 2011): pioneira ao se assumir como uma novela totalmente focada na linguagem da classe C.

Um feliz natal a todos e até a próxima semana!