quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Como foi 2011 – Parte 1


Lá vem 2012 o ano do fim do mundo!!!

O ano de 2011 passou rápido e já é passado, e por falar nele ao contrário da maioria das retrospectivas, a do MOVA esperou até o último momento de 2011 para avaliar de fato como foi o ano passado. Na realidade aqui não haverá uma retrospectiva e sim um balanço dos melhores destaques na música e da televisão. Hoje falo sobre televisão e na próxima semana sobre música em 2011.

A única emissora que cresceu no ano anterior em termos de número foi o SBT. Já Record e Globo perderam mais audiência. Por falar nisso, a Rede Globo tem perdido público ano a ano, mas isso não é culpa da emissora, mas sim do crescimento das mídias concorrentes como TV á cabo e a internet.

Em relação às novelas a Globo viveu um bom momento principalmente com Cordel Encantado, a favorita da crítica especializada. De fato a trama foi inovadora como há muito não víamos. Houve sim uma reformulação na linguagem em um folhetim que misturava contos de fadas com literatura de cordel. Foi boa do começo ao fim. Porém, mesmo com os grandes méritos nada tira o brilho de sua substituta, A Vida da Gente.

Uma novela com um enredo semelhante às tramas de Manoel Carlos. Protagonistas jovens e bem afiados, uma autora jovem e bem intencionada. Uma novela emocionante, simples e encantadora que dialoga com todas as classes. Mesmo com o ritmo mais lento, A Vida da Gente possui qualidades que muita novela mais ágil não tem.

No horário nobre a Rede Globo voltou a sorrir com Fina Estampa, trama popular na maneira de contar a sua história (centrada totalmente na classe C) do que as recentes, densas e rejeitadas tramas das 9. O Pereirão, Crô, Teresa Cristina, entre outros personagens entraram de vez na boca do povo. Porém, mesmo sendo um sucesso a novela de Aguinaldo Silva, Insensato Coração apesar de ter desfilado incoerências no seu último capítulo e criticas por parte do público e alguns setores da imprensa especializada, foi uma novela incrível. Começou bem, mas depois ficou arrastada demais, porém no meio para o fim conseguiu se superar recuperando o fôlego, tornando-se uma das melhores novelas da dupla Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

Mesmo nos momentos ruins, Insensato Coração mostrava ter potencial, pois a maioria dos personagens eram bem feitos e escrito. Quem viu pela primeira vez Natalie Lamour, interpretada por Déborah Seco imaginou que seria uma espécie de Darlene, outra personagem de sucesso da novela Celebridade também de Gilberto e Linhares. Mas sua trajetória aliado ao talento e carisma da atriz foi superior a de Darlene. Natalie ficava na linha da vilania com o humor, casou- se com um banqueiro inescrupuloso de forma escusa. Terminou como deputada em franca “homenagem” a forma como Tiririca fora eleito em 2010.

Já Herson Capri consagrou-se com outro grande personagem, o maridão de Natalie, o bancário Horácio Cortez. Ele mesmo admitiu em entrevista que este é o seu melhor papel. Tiago Martins brilhou na pele da homofobico Vinicius. Camila Pitanga com sua Carol fez muitas mulheres se identificarem com seus dramas de mulher moderna. Lázaro Ramos mesmo com as críticas, em sua maioria preconceituosa foi bem como o insuportável André. E que trajetória ele teve! E Raul, personagem de Antonio Fagundes, justo e honesto, um papel a altura de um grande ator.

Algumas cenas com certeza forma históricas. O acidente de Clarisse (Ana Beatriz Nogueira), a morte de Léo (Gabriel Braga Nunes), entre outras. Mesmo com o excesso de mortes, Insensato fez a sua parte.

Agora errou em não colocar de vez Norma e Léo como protagonistas do folhetim. Marina (Paola Oliveira) e Pedro (Eriberto Leão), colocados como protagonistas não tinham uma história forte suficiente para isso. Norma teve uma atuação brilhante de Glória Pires. Ela começou Ruth e mais adiante virou Raquel. Foi humilhada por um cara que sempre se achou inferior ao irmão, sempre se julgou desvalorizado pelo pai, e sempre foi protegido excessivamente pela mãe. Léo um grande vilão, frio e sem coração destruiu vida do coração insensato de Norma. Mas a vingança contra o rapaz.... Excelente! Gabriel Braga Nunes atuou tão bem que ganhou o APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) de melhor ator e vai protagonizar a nova novela das 6.

No horário das 7, Tititi encerrou com brilho, e sem dúvida foi a melhor trama das 7 em 2011,mesmo tendo começado em 2010. Já Morde e Assopra consagrou de vez o talento de Cássia Kiss Magro, sendo ela a melhor atriz do ano anterior. Dulce foi bem escrita e mesmo com a insatisfação do público teve um final justo. Além disso, a Globo acertou muito com releitura de O Astro inaugurando um novo horário para a teledramaturgia. Acertou com a série Tapas e Beijos e Força Tarefa. Consegui êxito com programas bem populares como Esquenta e Amor e Sexo. A Rede Globo ainda fez bonito em finalmente reprisar O Clone, a melhor novela de Glória Peres e ao passar novamente no Vale a Pena Ver de Novo, Mulheres de Areia.

Já o SBT continua bem com sua programação infantil, com o Programa Silvio Santos, com reprises de novelas mexicanas, com o Chaves, filmes e seriados. Mas brilhou ao passar novelas “rejeitadas” pela audiência na primeira exibição que agora estão fazendo o maior sucesso. Amigas e Rivais, Maria Esperança, Cristal e Uma Rosa Com Amor são a prova disso. Já Amor e Revolução, mesmo com as críticas, teve uma boa intenção. Ditadura nunca foi tema de uma novela inteira, apenas na minissérie Anos Rebeldes. A trama de Tiago Santiago começou bem (mesmo com o texto um pouco didático), mas a reação negativa foi tão grande que as mudanças deixaram a novela perdida. Porém, mesmo perdida há como se enxergar potencial em algumas histórias. O beijo entre duas mulheres, no caso as personagens Marina (Gisele Tigre) e Marcela (Luciana Vendramini) teve coerência mesmo com o exagero em torno do ato. Mesmo assim foi um grande passo para a história da teledramaturgia. Amor e Revolução tem defeitos e qualidades como qualquer novela de qualquer emissora com ou sem grandes estruturas, claro que a produção do SBT precisa voltar a ser tão boa quanto foi nos tempos de Éramos Seis, mas mesmo assim a novela de Tiago Santiago consegue ser melhor que muitas novelas fracassadas que já foram exibidas. E lembre-se: bom ibope não quer dizer bom folhetim.

A Record sofreu com as grave instabilidade da emissora em termos de horário e organização de seus programas. Mas tem condições de se reerguer, pois há nela ainda bons profissionais, ou segue o conselho do Boni kkkkkk. Chega de piadas, por falar nisso, as outras emissoras continuaram na mesma, só a Band que sofreu com os processos e polêmicas do “criminoso” Rafinha Bastos que foi afastado do CQC. Já Danilo Gentili provou ser grande não só no tamanho, mas no talento no bom Agora é Tarde. Ah! Vamos falar da emissora que mais cresce no Brasil, a Rede TV que continua sofrendo com os micos de certa primeira dama...

Para 2012: Bem Vindo Fim do Mundo

No ano do fim do mundo vamos as apostas apocalípticas na teledramaturgia, pois no resto a programação só ganha forma a partir de abril.

A novela das 11 Gabriela: Adaptada por Walcyr Carrasco o clássico de Jorge Amado ganhará uma nova versão para a TV. Depois de 1975 chegou a vez de 2012 conhecer Gabriela interpreta dessa vez por Juliana Paes. Sua escolha foi polêmica, e apesar de ter artistas mais jovens com o perfil de Gabriela como Mariana Rios, a escolha foi justa. Juliana é um símbolo de sensualidade, amadureceu como atriz, tem carisma e vai se sair bem. Sem contar que não está velha como muitos afirmam. Desde quando 33 anos é estar velha?

A nova novela da Record, Máscaras de Lauro César Muniz: Foi muito bem em Poder Paralelo, é um grande novelista, tem história na TV. A Record mesmo tendo perdido ótimos atores para a Globo ainda tem no seu casting muita gente de talento. Essa trama inclusive pode incomodar a concorrência.

As próximas reprises mexicanas do SBT: Muitas delas já passaram mais de uma vez, porém o SBT sempre resgata as mesmices mais amadas do Brasil. Que venha Maria do Bairro e A Usurpadora!

A nova versão de Carrossel: Clássico da década de 1990 vamos ver se supera a original, ou se iguala, se não for tão boa quanto, pode ser boa o suficiente para assistir.

Avenida Brasil: A segunda novela no horário nobre do sempre elogiado João Emanuel Carneiro tem grandes chances de ser tão inovadora quanto foi A Favorita.

Até a próxima semana!