quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Afinal o que há com a sociedade? - Parte 1

A sociedade vive em constante mudança, e isso afeta as mais diversas áreas e modalidades. Na cultura vivemos esta transformação de forma forte e constante. Na música muitos reclamam, e com razão de que os artistas já não são mais como antigamente. Apoiados a boa tecnologia, qualquer rapper pode se dizer produtor, alias até o mano da esquina nos dias de hoje pode produzir um disco.

Ouvindo por ouvir, a evolução técnica da música pop estrangeira é grande e considerável. Se nos ouvirmos as músicas do Black Eyed Peas, só pelo ritmo, sem preocupação com letra e afinação dos artistas, podemos dizer que o som deles é incrível. Tecnicamente é muito bom, mas ao traduzir a música chegamos há uma triste constatação: a capa é bela, mas o conteúdo..

Artistas dominados pelo marketing da indústria sempre vão existir. Desde os tempos dos Beatles e Elvis. A diferença é que estes artistas possuíam um dom natural, eram realmente talentosos, e isso ficou comprovado ao longo de suas carreiras quando não precisavam mais de empresários sedentos de lucro, pois já não era a “novidade” da temporada. Até os artistas mais verdadeiros, de personalidade, possui alguém por trás que de certa forma manipula a jogada do seu astro. Mas a vontade e a verdade do artista verdadeiro sempre prevalece.

Hoje quando uma artista de verdade como Adele surge causa certo espanto. Afinal estamos em período muito ruim para arte. Até então, Amy Winehouse e Lady Gaga eram, em termos de cantoras as maiores novidade da década. Ambas fogem totalmente dos padrões impostos pelo atual momento musical. Amy, infelizmente já foi e Gaga vive sendo questionada pelos que a odeiam. Muitos questionam sua forma, pop, mas nada convencional de fazer musica. Já Adele é quase unânime.

Na televisão, as mudanças também estão crescentes. Na música o moralismo não é tão cobrado, mas o espanto com alguém de muito talento quando surge ocorre (no caso citado acima). Mas acontece que na telinha está ocorrendo um grave conservadorismo. Tudo na internet gera comentários, se é sobre uma determinada situação de uma trama das 9 na Rede Globo, há comentários do gêneros: “ Essas novelas só servem para acabar com a família brasileira exibindo cenas de sexo para os nossos filhos verem”, ou “ A família brasileira não pode ficar imune a tanta baixaria”. Família brasileira, valores, moralidade.....

O brasileiro aceita colocar no topo um cantor cuja letra é extremamente pegajosa e vulgar, para os “padrões” da sociedade brasileira (Michel Telô, e a inconfundível Ai, Se, Te Pego), aceita bajular uma cantora internacional que vende a vulgaridade feminina disfarçada de feminista (Beyoncé, uma das cantoras internacionais mais populares do Brasil). Aceita tudo na música, quer dizer quase tudo, pois a prisão de Rita Lee gerou grandes críticas a uma das maiores artistas brasileiras.

A novela das nove, hoje, mas parece novela das sete, devido a uma escolha do autor (independente o suficiente para fazer isso) e também da ascensão da famosa classe C. O público, na televisão, não quer morte, não quer cenas fortes, não quer ver cenas de sexo, mesmo muito bem contextualizada. Uma piada, mesmo que de mau gosto feita pelo humorista Rafinha Bastos, o tirou do CQC, de A Liga, e da Band.

Recentemente o seu DVD, onde no show foi acusado de fazer piadas contra deficientes teve a proibição da sua venda. E o público nos comentários aplaudiu a decisão originada pelo protesto da APAE. Isso é, ou não é censura? Na música tudo pode, e ninguém fala nada. Até fala, mas não ocorrem grandes mudanças.

Rita Lee sofreu críticas por falar demais, por ter tido uma atitude, mesmo que não totalmente certa, mas de muito espírito de uma cantora que sempre disse o que pensa, sempre teve muita atitude e personalidade. O público tem o direito de protestar, mas se não gosta, não compra, não consuma, não faça proibir.

O humor, não deve ser politicamente correto. Ele ri do que é ruim, mas de forma que aparece bom. È complicado? Sim, porém, mesmo na doença tudo tem a sua graça. E todos riem. Escondido, mas riem sim, da “desgraça”, alheia principalmente. Mas não é melhor rir do que chorar? Se eu estou rindo de uma piada sobre negros, por exemplo, não quer dizer que eu seja racista.

A sociedade vive em contradição, não faz sentido tanto discurso e moralismo. Nem nos tempos da ditadura era assim. O assunto é tão complexo que na próxima semana discutiremos mais. Vamos abordar a importância sobre coisas que não há importância, como a Luiza que veio do Canadá (não podia perder a piada kkkkk) e a influência do facebook, entre outras redes sociais nisso tudo.

Até a próxima semana!

2 comentários:

  1. Vou indicar esse texto no twitter! Adorei! Nossa sociedade anda hipócrita, moralista e perdida. Incapaz de ter uma opinião coerente sobre sua própria configuração, completamente alienada.
    Lucas - www.cascudeando.zip.net
    @cascudeando

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